segunda-feira, 2 de novembro de 2009

EX-ATEU converte-se a JESUS CRISTO

DR. AUGUSTO JORGE CURYPsiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor
Cristão daqueles que consideram a vida um ministério, o médico psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Jorge Cury, 44 anos, foi um dos que gostava de criticar a veracidade da Bíblia.

Autor de uma teoria revolucionária sobre a construção dos pensamentos - a da inteligência multifocal, reconhecida internacionalmente -, ele começou a estudar a mente de grandes personagens históricos como Platão, Van Gogh e Freud. Mas foi quando decidiu investigar a trajectória terrena de Cristo que teve a maior surpresa da sua vida. "Eu era um ateu convicto e tornei-me cristão apaixonado", conta. O resultado dessa pesquisa virou uma colecção de quatro livros, Análise da inteligência de Cristo (Editora Academia de Inteligência www.academiainteligencia.com.br), que viraram bestsellers, com quase 200 mil exemplares vendidos no Brasil e no exterior. Tanto que há meses Cury frequenta a lista de mais vendidos da revista Veja. Ao todo, ele já escreveu dez livros, todos na área da psicologia.

A mini série Jesus, exibida pela TV há dois anos, mostrava um Cristo excessivamente humano, que até certo ponto da Sua vida nem sabia quem era e tão-pouco qual a Sua missão. A partir de que momento ele teria tomado consciência de quem realmente era?

Como Filho de Deus, desde o início da sua infância ele tinha a consciência do Seu passado eterno e intemporal. Isso não é uma crença teológica, mas psicológica. Só isso explica porque, aos doze anos, quando os Seus pais O perderam, ele estava a discutir com segurança com os mestres da lei, a ponto de deixá-los maravilhados. Ficar longe dos pais deveria tê-Lo deixado com medo, como qualquer garoto. Mas ele mostrou um controle emocional que deixou a Sua mãe pasmada. Ali, ele discorreu com eloquência e convicção sobre aspectos da lei judaica, dando um significado ao templo que jamais fora dado por alguém. O jovem Jesus chamou-o de "casa do meu Pai", e não um simples lugar de adoração. Tal informação não lhe foi ensinada pelos seus pais. De onde Jesus Cristo a teria extraído? Da Sua memória, que excede os limites do tempo. Com a Sua sabedoria, ele encantava os Seus amigos e fascinava os Seus inimigos. Pilatos sentiu-se um menino diante da Sua postura. No encontro dos dois, foi a primeira vez que um réu abalou completamente a estrutura de um juiz autoritário.
O que o motivou a escrever a colecção Análise da Inteligência de Cristo?

Poucas pessoas foram tão longe no ateísmo como eu. Por pesquisar a construção de cadeias de pensamentos e a génese dos conflitos humanos, eu considerava Deus, bem como Jesus Cristo, como desculpa do cérebro que não aceitava o seu fim. Para mim, Deus era um produto imaginário da psique, para aliviar sua dor diante das frustrações e perdas existenciais e da inevitabilidade da morte. Mas duas coisas mudaram o meu pensamento. Primeiramente, ao estudar exaustivamente o funcionamento da mente humana, descobri que ela tem fenómenos que ultrapassam os limites da lógica. Para produzir um pensamento, entramos na memória e no meio de triliões de opções resgatamos verbos, substantivos e pronomes, sem saber como o fazemos. A construção de cadeias de pensamentos não pode ser explicada pelo universo físico-químico cerebral, pelo computador biológico do cérebro. Compreendi que só a existência de um Deus fantástico poderia explicar o anfiteatro da nossa inteligência. O segundo momento foi o estudo das reacções, dos pensamentos e das entrelinhas das ideias de Jesus. Compreendi que era impossível que Ele fosse fruto de uma ficção. Nenhum autor poderia construir uma personalidade como a d’Ele, que ultrapassa os limites da previsibilidade psicológica. Amá-Lo não é apenas um acto de fé, mas uma decisão de muita inteligência.

Falando sobre ateísmo, por ter estudado a sua dimensão psíquica e filosófica, opino que não há ateu, pois todo ateu é ‘deus de si mesmo'. Por quê? Porque apesar de desconhecer inúmeros fenómenos da existência, tais como os mistérios do universo, os segredos do tempo e os segredos da construção da inteligência humana, os ateus possuem uma crença ateísta tão absolutista de que Deus não existe que só um 'deus' poderia ter.

É possível fazer tal estudo apenas baseado nas informações contidas nos Evangelhos? Os relatos bíblicos não conteriam narrativas com elementos fantásticos demais?

Há mais de 5 mil manuscritos do Novo Testamento existentes até hoje, o que o torna o mais bem documentado dos escritos antigos. Muitas cópias pertencem a uma data próxima dos originais. Há aproximadamente 75 fragmentos datados desde 135 d.C. até o século 8. Todos esses dados, acrescidos ao trabalho intelectual produzido pelos estudiosos da paleografia, arqueologia e crítica textual, asseguram-nos de que possuímos um texto fidedigno do Novo Testamento. É necessário imergir no próprio texto e interpretá-lo de maneira multifocal e isenta, tanto quanto possível, de paixões e tendências. Foi o que procurei fazer. Questionei os mais diversos níveis de coerência intelectual dos autores dos evangelhos e dos textos que escreveram.

Nas suas obras, o senhor fala sobre intenções conscientes e inconscientes dos autores dos evangelhos, para provar que a personagem Jesus não seria apenas uma criação literária. Quais eram essas intenções?

Os autores dos evangelhos não tinham a intenção de fundar urna filosofia de vida, de promover um herói político, ou construir um líder religioso - nem mesmo criar um homem diante do qual o mundo deveria se curvar. Queriam registrar factos, mesmo que incompreensíveis, de uma pessoa que revolucionou as suas vidas e lhes ensinou a linguagem do amor. Se os evangelhos fossem fruto da imaginação literária desses autores, eles não falariam mal de si mesmos, não comentariam a atitude vexatória que tiveram ao negá-Lo, como fez Pedro. Eles teriam mesmo escondido a angústia de Cristo, que clamava ao Seu Pai para que afastasse de Si o Seu cálice.

Se vivesse no mundo hoje, como Jesus Cristo seria visto pela psicologia?

Nos dias de hoje, as palavras de Jesus não apenas abalariam os alicerces da psiquiatria, mas também das ciências, da educação. Ele deixava atónitas as suas plateias. Os Seus discípulos eram incultos, agressivos, competitivos, reagiam sem pensar. Ele escolheu a pior estirpe de homens para segui-lo e transformou-os não apenas em discípulos, mas na casta mais nobre de pensadores.

Algumas correntes teológicas defendem que Jesus não teria realizado milagres ou só teria feito alguns deles, que poderiam ser explicados de maneira natural pela ciência. Sem a manifestação de poder sobrenatural, Ele teria conseguido influenciar tanto a sociedade de sua época?

Analisando os textos das biografias de Cristo, eu convenci-me de que os milagres que Ele realizou não foram retóricas literárias, nem delírio colectivo, e muito menos ilusão das pessoas que O cercavam. O que está registado ali foi realmente realizado. Ele fez coisas inimagináveis. Se Einstein estivesse lá analisando a maneira como Jesus manipulava os fenómenos físicos, teria que rever a teoria da relatividade. Mas Jesus mudou a História da humanidade muito mais pelo Seu comportamento do que pelos Seus milagres. Por exemplo, quando Pedro negou a Jesus pela terceira vez, o Mestre, embora estivesse ferido e mutilado, esqueceu-Se da Sua dor e fitou-o com um olhar. Pedro negou-O, mas Jesus amou-O. Pedro disse que não O conhecia e Jesus, com um olhar, revelou que jamais o esqueceria. São esses comportamentos, que muitas vezes passam despercebidos, que revelam uma pessoa surpreendente.

Cristo é muito maior do que nossa religiosidade consegue imaginar.
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